A igreja Católica tem uma semana histórica.
Papa Bento XVI renuncia o seu papado. |
O dia 11 dessa semana de fevereiro de 2013 será marcado para a história do Igreja Católica como dia em o Papa Bento XVI renunciou ao seu papado. No entanto, nesta semana que se passou aconteceram dois fatos que se tornaram marcos referentes à contemporaneidade histórica. Não irei entrar no debate do mérito dos fatos, entretanto, simplesmente registrá-los, porque são de extrema relevância para os anais da história.
Contudo, não é todos os dias que um papa renuncia e cai um meteorito de proporções arrasadoras na Terra. Contudo, irei deixar o episódio do meteoro que caiu na Rússia para outra matéria. No entanto, o tema central agora é sobre a renúncia do pontífice Bento XVI. Permanecerei exclusivamente nos aspectos históricos, não entrarei nas questões teológicas e doutrinárias, as quais tem seu pano de fundo neste quadro da história da igreja atual.
Ao analisar a roldana e o desenrolar da história principalmente da Igreja, constata-se que este acontecimento da renúncia papal, não foi o primeiro, e, absolutamente nunca será o último. Existem outros episódios de várias outras renúncias, as quais já aconteceram e todas elas tem a Igreja Católica, sempre dentro de um panorama histórico extremamente polêmico. Geralmente, numa conjuntura interna problemática, repletas de incógnitas, totalmente desconhecidas. Entretanto, muitos especialistas nesta área, afirmam que nem o chamado “baixo clero” e muito menos a população do catolicismo do mundo inteiro conhecem os motivos em sua totalidade nos quais acontecem. Em outros tempos, as notícias ocorriam muito lentamente, porque a comunicação era privilégio de poucos. Contudo, atualmente tudo vem à tona e em alta velocidade na era da comunicação digital, nada mais ficará escondido e atrasado, tudo é esclarecido de maneira veloz.
Na era digital a comunicação é instantânea e ao vivo.
Hoje pela facilidade da comunicação para todos em qualquer lugar do planeta terra, tudo se facilitou e acompanhamos em tempo real os fatos de todas as espécies. Como qualquer outro episódio, também os problemas cruciais da Igreja Católica vazam rapidamente e se espalham por todo o mundo. Hoje ninguém seja adepto ou não do catolicismo fica sabendo parcialmente o que acontece nos bastidores da Igreja. Nada mais fica sobre o domínio do pontífice e do colégio de cardeais. Os leigos ficam avaliando os acontecimentos na mesma velocidade que gira os fatos na “internet”. Criando assim, situações insustentáveis para quem está no comando da Igreja. O povo, os dirigentes, pessoas ligadas diretamente à vida da Igreja, clamam e cobram por mudanças, transformações substanciais e eficientes. No entanto, quem está na linha de frente, não solucionando os problemas conjunturais da igreja atual que são exigidos pelos católicos, fraqueja e cai da cátedra papal. Geralmente quem reivindica duras mudanças são os que dispõem das influências diretas e privilegiadas dentro da Igreja. Um pontífice fraco sem poder decisório se vê no legítimo brete e a única alternativa que resta é a renúncia. Hoje muitos setores da igreja vivem em divisões e exigem para que a Eclésia abra as portas, enferrujadas pelo conservadorismo dos poderosos que dominam a Igreja Católica, para entrar um novo ar que possa arejar as mentes.
O próximo pontífice todos esperam que seja inovador e gerem mudanças radicais a serem adaptadas à nova realidade do mundo contemporâneo. Principalmente para resolver questões cruciais de todas as espécies que dividem a Igreja Católica neste século XXI.
Na história da Igreja há muitas controvérsias sobre as renúncias dos papas.
Há muitas divergências nas histórias quanto às renúncias dos papas, mas através dos registos históricos, o último papa a renunciar o seu pontificado faz 600 anos, isto é, seis séculos de história. Este fato aconteceu no ano de 1415, no século XV; na época quem estava no comando da Igreja Católica era o Papa Gregório XII; o 203º pontífice, depois de Pedro. Pedro foi o primeiro papa da Igreja Católica, segundo a tradição ele foi designado por Jesus Cristo, tendo como referência uma passagem Bíblica (MT, 16,18).
A história da Igreja como é riquíssima em acontecimentos emocionantes, que envolvem diretamente os papas. Podemos verificar que outros papas renunciaram por motivos diversos e muitos deles não eram esclarecidos ao mundo católico, apenas gerava um tremendo impacto na população diante destas questões de ordem ameaçadoras que sempre pairou na vida da Igreja. Podemos identificar na história da igreja que existiram vários fatores ideológicos que levaram alguns chefes da Igreja Católica, tomarem a mesma decisão que o atual papa Bento XVI decidiu. Coincidência ou não, entre os papas que renunciaram existia um do mesmo nome do pontificado de Bento XI.
Venha conhecer a história das renúncias dos papas.
No peregrinar da história eclesiástica começaram a surgir frequentemente, as renúncias. Incidiram várias, mas algumas obtiveram destaques marcantes na história da Igreja Católica. No ano de 235 estourou a renúncia pontifícia de destaque. Nesta época quem estava no comando da Igreja, o então Papa Ponciano, é o pontífice 18 na linhagem sucessiva depois de Pedro. Era um momento tenso na Igreja que forçou o chefe de Roma tomar esta decisão drástica para o benefício da própria Eclésia. Após 302 anos depois aconteceu a segunda renúncia de mais um papa dentro da Igreja Católica. Novamente a igreja vivia uma época extremamente complicada e no ano de 537º o Papa Silvério renunciou por motivos um tanto sombrios e cedeu seu papado para o pontífice Virgílio.
Passaram-se 508 anos de uma paz com alguns conflitos. Contudo, no ano de 1045, estava no poder eclesial o papa Bento IX renunciou em prol do Chefe da Igreja, Silvestre III. Um tempo depois conquistou seu cargo e simplesmente por motivos também obscuros entregou para o papa Gregório VI. Este a Igreja o considera ter assumido um cargo totalmente dentro da ilegalidade, não suportando as pressões, não restou alternativa e praticamente foi obrigado a renunciar.
Passaram-se mais 249 anos de história dos pontífices e aconteceu mais outra renúncia, no ano de 1294, o Papa Celestino V. este pontífice foi marcante na Igreja pelo seu alto índice de rejeição na Igreja. Em função disso não suportou levar sua administração por muito tempo, apenas permaneceu no comando da Igreja por poucos meses. Assumiu o pontificado em 05 de julho de 1294 em 13 de dezembro do mesmo ano deixou o Vaticano.
O último papa a renunciar foi o então Gregório XII e o pontífice 203º depois de Pedro. Este presenciou uma das grandes e tristes crises da Igreja Católica. Neste período surgiu O Cisma do Ocidente, conhecido como a grande divisão da Igreja, onde chegaram a existir três papas. Todos com doutrinas opostas e que jamais chegaram a um consenso. Em Roma dominava o papa Gregório XII, o Bento XII, em Avignon, este foi considerado o antipapa, pois reivindicava o título de Gregório XII. Além desse tem o outro, Alexandre V em pisa. Os três foram depostos, após decisão do concílio de Constância. O imperador Segismundo tomou a decisão de fazê-los renunciar e apenas Gregório aceitou. Foi eleito mais um antipapa João XII, logo após sua renúncia foi conclamado e assumiu o papa Martinho V, o Chefe da Igreja, 204º depois de Pedro e governou por catorze anos a Igreja Católica.
A mais nova renúncia papal foi em 11 de fevereiro de 2013.
Mais uma vez o mundo católico foi surpreendido neste dia 11 de fevereiro de 2013 quando o papa Bento XVI o 263 depois de Pedro, eleito em 19 de abril de 2005. Anunciou oficialmente a sua renúncia ao pontificado e deixará o Vaticano no próximo dia 28 de fevereiro de 2013 e vai se refugiar da pressão do mundo. Permanecendo no ostracismo espiritual e assistindo os desfechos desta decisão impactante para a Igreja Católica. Como é de praxe, nunca vai revelar o real motivo que o levou a tomar esta decisão incomum na vida dos papas. Geralmente são eleitos para o comando vitalício da Igreja. No entanto, na história da Igreja Católica os fatos surgem dentro deste clima obscuro, tudo é dentro de uma política eclesiástica onde permeia a incógnita. Praticamente não existe transparência nestas questões de governabilidade eclesial. Portanto, problemas sérios existem nas entranhas da Igreja e o próprio papa se sentiu frágil em seguir com pulso firme para resolver as divergências as quais invadiram a Igreja, para ele a melhor solução foi a renúncia.
As expectativas da Igreja Católica com a eleição do novo Papa.
Portanto, agora os católicos permanecerão nestes próximos dias na expectativa do novo papa. Nos bastidores do conclave que escolherá o próximo pontífice, as tratativas e as articulações para a elegerem o novo papa já são grandes as especulações. Para que a Igreja pudesse ter um novo tempo de mudanças, uma renovação que fosse condizente aos apelos do mundo moderno. Seria fundamental que o novo papa surgisse da América Latina ou do continente africano. Todavia, parece ser ainda algo muito distante dos interesses da Santa Sé, permitindo um novo pontífice fora do velho Mundo. Tudo se encaminha para que o novo papa seja provavelmente italiano, contudo, as negociações durante o conclave é quem vai definir de onde será o próximo Chefe da Igreja. Entretanto, todos podem ter surpresas. Tudo agora continua no mundo das especulações e provavelmente pode haver grandes novidades surpreendentes no campo eclesiástico católico.
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