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Reunir para relembrar e confraternizar.

Reencontro Memorável entre Amigos da Faculdade Um encontro memorável entre amigos da época acadêmica   A beleza da Serra Gaúcha em um dia de outono, cenário inspirador para o reencontro de amigos que vieram desta região. A vida é tecida por momentos únicos que guardamos no coração como preciosidades. Dentre eles, estão os reencontros com aqueles que caminharam ao nosso lado em etapas marcantes de nossa jornada, como os amigos dos tempos universitários. Esses encontros transcendem o tempo e a distância, renovando laços e reafirmando a importância de celebrar histórias compartilhadas. Foi exatamente isso que aconteceu no inesquecível encontro do dia 21 de abril de 2015, um evento que fortaleceu amizades e trouxe à tona memórias que jamais se apagarão. O reencontro: memórias e novas conexões  No restaurante “Paraíso da Gula”, em Novo Hamburgo-RS, amigos e familiares ...

A Chama que Une Povos: Cordel, Sofistas e a Eterna Arte da Palavra.

A Chama que Une Povos: Cordel, Sofistas e a Arte da Palavra

Uma Jornada pela Retórica que Conecta Culturas e Saberes


A foto mostra uma xilogravura que representa Lampião e Maria Bonita.
A xilogravura que representa Lampião e Maria Bonita. Créditos/Pinterest.


Em tempos em que a informação viaja na velocidade da luz, há um risco de perdermos de vista as raízes da nossa comunicação. Mas, ao nos permitir um momento de pausa para escutar, percebemos que a arte da palavra, falada ou escrita, transcende eras, conectando culturas e transmitindo saberes. Este texto é um convite para embarcar em uma jornada fascinante que une a poesia popular do cordel brasileiro à eloquência dos sofistas gregos, celebrando o poder da palavra e da música como ferramentas de identidade e conexão.


A Literatura de Cordel: Raízes Históricas e um Tesouro Brasileiro.

A literatura de cordel tem suas origens na tradição dos trovadores medievais europeus, que narravam histórias em versos e as vendiam em feiras e mercados. Esse legado chegou ao Brasil através dos colonizadores portugueses no século XVI e se desenvolveu no Nordeste brasileiro a partir do século XVIII. Influenciada pelas histórias de cavalaria e contos populares europeus, a prática ganhou características únicas, adaptando-se ao contexto cultural e social da região.

O nome “cordel” vem da maneira como os folhetos eram expostos para venda em Portugal: pendurados em cordas ou barbantes. No Brasil, essa tradição se manteve, e o cordel passou a ocupar um papel essencial na cultura popular, sendo muito mais do que simples folhetos. Com seus versos rimados, repletos de métrica e ritmo, e suas xilogravuras marcantes, o cordel se tornou uma expressão artística que perpetua histórias, lendas e tradições, refletindo a alma e o cotidiano do povo brasileiro.

A história do cordel no Brasil também é marcada por nomes notáveis que ajudaram a moldar essa tradição. Leandro Gomes de Barros, pioneiro do gênero, destacou-se no final do século XIX, tornando-se um dos primeiros a profissionalizar a produção de cordeis. Já no século XX, Patativa do Assaré usou o cordel como um instrumento de crítica social, trazendo a voz do povo nordestino para o centro do debate cultural. João Martins de Athayde, por sua vez, perpetuou lendas e narrativas populares, consolidando o cordel como um veículo de memória coletiva.

Cordelistas e Sofistas: Pontes entre Tradições.

Os cordelistas brasileiros, com sua habilidade em narrar e envolver o público, evocam ecos dos sofistas da Grécia Antiga. Ambos os grupos, em contextos tão distintos, compartilham um talento extraordinário para a comunicação e a persuasão, utilizando a palavra como instrumento de transformação e conexão.

Pontos de Conexão:

● Comunicação e persuasão: sofistas e cordelistas dominam a arte de cativar suas audiências, seja por meio de discursos retóricos ou de versos poéticos.

● Adaptação ao público: os sofistas moldavam seus ensinamentos consoante as necessidades de seus ouvintes, assim como os cordelistas utilizam uma linguagem acessível e temas relevantes para suas comunidades.

●Transmissão de conhecimento: ambos atuam como transmissores de saberes: os sofistas ensinavam política e filosofia, enquanto os cordelistas perpetuam lendas, costumes e críticas sociais.

As Diferenças:

As diferenças também são marcantes:

● Os sofistas viviam num contexto de intenso debate filosófico e político na Grécia Antiga, enquanto os cordelistas pertenciam a um cenário de cultura popular no Brasil.

● Sofistas eram frequentemente criticados por priorizarem a persuasão sobre a verdade, enquanto os cordelistas buscam transmitir valores e criticar injustiças sociais.

● Os sofistas eram mestres pagos por seus ensinamentos, enquanto os cordelistas vendiam suas obras em mercados e feiras populares, mantendo viva a tradição oral.


O Poder da Fala: Uma Chama que Transcende Fronteiras.

A fala é a chama que ilumina os caminhos do saber e constroi pontes entre culturas. Dos sofistas aos cordelistas, passando pelos griôs africanos e os bardos celtas, a palavra continua a ser uma ferramenta poderosa para preservar identidades, conectar comunidades e moldar o futuro.


A Voz que Une a Humanidade (Poesia de Cordel)

No palco do mundo inteiro,
A voz humana ecoou.
Cruzando mares e rios.

Onde a cultura brotou.
A fala, dom milenar!
A história se eternizou.

Dos gregos, sábios sofistas!
Ao cordel do meu sertão,
A palavra é ferramenta.

De força e transformação.
Unindo povos diversos,
Em fraterna comunhão.

Na África, o griô conta,
Lendas de antiga raiz.
Na Ásia, o monge recita.

A sabedoria que diz.
A voz, em cada idioma.
Um elo feliz produz.

Na América, o indígena canta.
A terra, mãe natural!
Na Europa, o poeta declama.

Um sonho universal.
A fala, em cada sotaque!
Um canto fenomenal.

A voz que une a humanidade.
Não conhece fronteiras, não!
É ponte que liga almas.

Em sábia conversação.
A fala, em cada cultura!
É eterna canção.


Que a voz humana ressoe!
Em paz e harmonia sem fim.
Que a fala seja a chama.

Que acenda o amor, enfim.
A voz, em cada pessoa.
Um mundo a construir, sim!

A Música como Linguagem Universal.

Além da fala, a música é uma linguagem universal que transcende barreiras linguísticas e culturais. Ela carrega emoções, reforça laços e une povos em celebrações globais. De hinos nacionais a ritmos folclóricos, a música é um elo atemporal entre o passado, o presente e o futuro, conectando culturas e preservando identidades.


Sendo assim, em um mundo cada vez mais interconectado, a palavra e a música se tornam ferramentas cruciais para construir um futuro de harmonia e respeito mútuo. Valorizar essas formas de expressão é essencial para preservar culturas, perpetuar tradições e celebrar a diversidade humana. Que a chama da comunicação continue a iluminar nossos caminhos, unindo povos e guiando-nos em direção a um mundo mais justo e solidário.


Chamada para ação:

Compartilhe este artigo para difundir a importância da literatura de cordel, da arte da fala e da música como patrimônios imateriais da humanidade. Deixe um comentário sobre suas experiências com essas formas de expressão cultural!

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Fontes bibliográficas:

Literatura de Cordel: Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro (https://www.gov.br/iphan/pt-br/assuntos/noticias/2018/literatura-de-cordel-e-reconhecida-como-patrimonio-cultural-do-brasil)

A arte da palavra: a Literatura (https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/a-arte-palavra-literatura.htm)

Arte da Palavra - Rede Sesc de Leituras (https://www.sesc.com.br/category/cultura/literatura/arte-da-palavra/)

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