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O punhal verde e amarelo afronta a democracia.

Traição à Pátria: O Punhal Verde e Amarelo. O punhal é verde e amarelo é trama golpista. No silêncio da noite, trama-se o golpe. Punhal verde e amarelo, símbolo de morte. Nas sombras, conspiram os que temem a luz, esquecem que a justiça, um dia, reluz. Verde e amarelo, cores da nação, manchadas de sangue, traição e ambição. O punhal que corta, sem piedade ou razão, é a mão que destrói, sem compaixão. Mas o povo resiste, não se deixa abater. A verdade é mais forte, não vai se esconder. Punhal verde e amarelo, tua lâmina cega, não pode calar a voz que se entrega. A história registra que não há como apagar os atos sombrios que tentaram calar. Mas a democracia, firme, se ergueu e o punhal, derrotado, ao chão se rendeu. Repúdio aos traidores que a pátria mancharam, com atos vis e covardes, a nação enganada. Punhal desprezível, ameaça à democracia. Serás lembrado com desprezo, tua vilania. Leia mais:   O plano golpista Punhal Verde e Amarelo Julgamento aos culpados, traidores da naç...

A música no “blog” abre espaço para magnífica música dramática, cálice.

Cálice é uma música que retrata o drama das vítimas da ditadura militar do Brasil.

 

A imagem representa o cálice dramático de sofrimento das vítimas da ditadura militar brasileira de 1964 a 1985.  Cantada em versos metafóricos na   composição "cálice" de Chico Buarque e Gilberto Gil em 1978.
Cálice: "de vinho tinto de sangue".


O “blog” analiseagora tem o privilégio de abrir este espaço cultural para a música dos compositores e cantores Chico Buarque de Holanda e Gilberto Gil a emblemática e histórica composição (cálice). Esta é uma das músicas composta por Chico e Gil que descreve em lindos versos, o momento mais dramático da ditadura militar da história recente brasileira. Período sangrento entre 1964 e 1985. Cálice é uma música do ano de 1973, mas foi censurada e apenas foi liberada para ser cantada em público, em 1978.

Um tempo depois apareceu pela primeira vez no álbum Chico Buarque, com Milton Nascimento nos versos de Gilberto Gil. Logo em seguida surgiu o álbum “Álibi” de Maria Bethânia.

Chico e Gil escreveram uma grandiosa obra que se encaixa perfeitamente no gênero drama. Cada estrofe da composição é rica em metáforas que servem para pintar o drama vivido por todos os perseguidos, contrários ao regime militar. Não obstante, se destina especificamente aos que foram presos e torturados até a morte pelos assassinos que comandaram o poder em plenos anos de chumbo em nosso país. No Brasil neste período se instalou a violência institucionalizada!

 

Com muita perceptibilidade os compositores escreveram os versos desta música sobre o sofrimento do povo que lutavam pela volta da democracia. No entanto, enfatizam em especial aqueles que viveram nos porões da ditadura. Os que ofereceram suas vidas em sacrifícios em nome da democracia.

O contexto histórico da composição cálice.

 

Uma legítima paixão sacrificial, como que Cristo fez por nós. Ele sofreu na cruz pelos nossos pecados. Agora os compositores utilizam a dramática metáfora “pai afasta de mim este cálice”. Este drama do Salvador do mundo, Jesus, Cristo, estava em sua agonia no Monte das Oliveiras. Ele naquele momento já estava prevendo a sua paixão e morte de cruz. No entanto, orava e pedia a Deus que se fosse possível, afastasse Dele está taça de sofrimento. Contudo, Ele sempre pediu que se fizesse a vontade de seu Pai. (Confira mais informações em Lucas. 22: 42). Imaginem Jesus que é Deus, na agonia antes de sua paixão sofreu amargamente uma dor incomensurável por nós humanos. Tanto que Ele pediu se fosse possível que seu Pai o afastasse desse sofrimento. Entretanto, em primeiríssimo lugar que se realizasse a vontade de Deus e não a Dele. Agora, traçando esse paralelo entre os humanos.

 

Se observa no contexto histórico da obra musical, os contrários à ditadura, eram torturados covardemente através de outros homens fardados, até a morte. O Brasil vivia o pior período da história do país, repleta de horrores; sem precedentes. Tudo isto porque os opositores não aceitavam o regime dos governos torturadores, criminosos, e assassinos militares. Principalmente a tudo que ocorria de ruim na então conjuntura política ditatorial nacional.

As dores do golpe são transmitidas nesta música o cálice.

A composição (cálice) descreve com sutileza nas entrelinhas, muitas semelhanças dos golpes de 1964 e 2016.

A imagem representa o cálice dramático de sofrimento das vítimas da ditadura militar brasileira de 1964 a 1985.  Cantada em versos metafóricos na   composição "cálice" de Chico Buarque e Gilberto Gil em 1978.
Cálice: "de vinho tinto de sangue"

Quantas coisas não devem ter se passado nas mentes dos torturados, quantos pedidos de afastamento deste cálice de dor, foram feitos em silêncio. Numa extrema sutileza, os compositores desta obra-prima descreveram o sofrimento dos torturados do regime militar.

Como esta música é riquíssima em metáforas, permanece impossível analisar as metáforas uma a uma, a matéria ficaria longa demais. Apenas me concentrei no refrão, as demais partes da obra é importante se fazer um profundo estudo da letra da música com serenidade. Imprescindível sempre contextualizar o período histórico no qual foi composta esta obra dramática. Somente assim, poderá entender cada frase e estrofe, que os autores querem expressar para o público.

 

Todavia, muitas pessoas que lutavam pela volta da democracia vivenciaram na pele este drama da ditadura. Portanto, enquanto a maioria da população, infelizmente permaneciam alheios a tudo, inclusive de maneira ingênua e induzidos através da propaganda enganosa da imprensa e dos governos militares da época.

Em 21 de junho no Estádio Azteca na Cidade do México os brasileiros derrotaram os italianos por 4 × 1, resultado da copa de 1970. A partir daquele dia a taça pertence definitivamente ao Brasil, em razão de ter conquistado três vezes consecutivamente. Em 1970 o Brasil era consagrado tricampeão mundial, e nas ruas os favoráveis ao golpe, festejavam com o verde e amarelo, (semelhante às manifestações de 2013/14/15 /16 dos golpistas), a conquista da Taça Jules Rimet.

Os contrários ao golpe eram perseguidos, presos, torturados e mortos. Naquela época o país contava com mais de 90 milhões de habitantes vivendo sob o mais duro e sangrento golpe da história brasileira e foram manipulados pela única mídia da época e o governo a fazerem a festa da vitória.

 

Hoje são mais de 200 milhões vivendo também sob as regras do golpe de estado (alguns dizem parlamentar) mais sórdido da dos últimos tempos. Em plenos jogos da copa do mundo e no Brasil ela somente tem sentido para todos os golpistas e algo malacafento para os que são contra o golpe de 2016.

Em 2018, há muitas semelhanças ruins com o ano de 1970. A vitória da copa de 70 serviu para calar os horrores e como instrumento asqueroso de propaganda do golpe de 1964. Da mesma forma, se por uma desventura o país se consagrar ao hexacampeão, terá a função de desfocar os malefícios do golpe de 2016. Eles querem orientar de maneira astuta, toda a nação e cair no perigo de esquecerem que já existe um preso político no Brasil; é o estadista, é o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da silva.

A função da mídia embusteira, fazer a infeliz propaganda golpista, é querer fabricar o esquecimento do petista, o mais conhecido e querido no Brasil e no mundo (Lula), o primeiro preso político da América Latina, encarcerado, desde o dia 7 de abril de 2018. Os golpistas têm como objetivo primordial impedir o candidato favorito do povo, de concorrer às eleições de 2018 em outubro próximo.

 

O paralelo daquela época para os dias atuais; revela que existem muitas semelhanças.

 

Existe uma evidente coincidência quando muitas pessoas são induzidas pelos partidos de direita e a mídia golpista a clamar por ditadura. Elas ‘não sabem o que fazem’. Estas pessoas ou são dissimuladas se passam de ingênuas e hipócritas, ou talvez não leiam a história do Brasil, ou simplesmente fazem isso propositalmente. Tudo porque a direita raivosa, preconceituosa e golpista, nunca aceitaram a derrota da última eleição presidencial de 2014, quando foram jogados no lixo mais 54 milhões de votos dos brasileiros. Rasgaram a Constituição e pregaram o golpe de 2016, mesmo vivendo em um regime democrático.

 

Contudo, vamos deixar este debate para outra ocasião e iremos ouvir e ler esta bela composição dos mestres: Chico e Gil. Obviamente pensar em cada frase, estrofe e sentir o sussurro do drama das vítimas nesta música histórica. Todavia, que nunca mais se repita isso em nosso país. Viva a democracia!

Chico Buarque — Cálice



Letra da música (cálice), é uma composição de Chico Buarque e Gilberto Gil.

Pai, afasta de mim esse cálice.

Pai, afasta de mim esse cálice.

Pai, afasta de mim esse cálice.

De vinho tinto de sangue.

 

Como beber dessa bebida amarga.

Tragar a dor, engolir a labuta.

Mesmo calada a boca, resta o peito.

Silêncio na cidade não se escuta.

De que me vale ser filho da santa.

Melhor seria ser filho da outra.

Outra realidade menos morta.

Tanta mentira, tanta força bruta.

 

Como é difícil acordar calado.

Se na calada da noite eu me dano.

Quero lançar um grito desumano.

Que é uma maneira de ser escutado.

Esse silêncio todo me atordoa.

Atordoado eu permaneço atento.

Na arquibancada para a qualquer momento.

Ver emergir o monstro da lagoa.

 

De muito gorda a porca já não anda.

De muito usada a faca já não corta.

Como é difícil, pai, abrir a porta.

Essa palavra presa na garganta.

Esse pileque homérico no mundo.

De que adianta ter boa vontade.

Mesmo calado o peito, resta a cuca.

Dos bêbados do centro da cidade.

 

Talvez o mundo não seja pequeno.

Nem seja a vida um fato consumado.

Quero inventar o meu próprio pecado.

Quero morrer do meu próprio veneno.

Quero perder de vez tua cabeça.

Minha cabeça perder teu juízo.

Quero cheirar fumaça de óleo diesel.

Me embriagar até que alguém me esqueça.

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