O Brasil é rico em lendas e mitos que enriquecem o
imaginário popular.
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Típica churrasqueira gaúcha cheia de carne ao fogo para o churrasco. |
Tanto o Brasil quanto o Estado
Gaúcho são ricos em lendas populares, além das fábulas, o Rio Grande do Sul
possui os maravilhosos contos gauchescos do escritor João Simões Lopes Neto.
Todos eles são extraordinários e enriquecem o imaginário popular dos gaúchos.
A lenda do espeto defumado é antiquíssima, mas até pouco tempo permaneceu desconhecida dos rio-grandenses; ela apareceu átona com o advento da ‘internet’. A partir do momento quando as pessoas começaram a se comunicar virtualmente e nas trocas dos correios eletrônicos, umas com as outras. Essa lenda foi interceptada através da espionagem americana.
Recentemente estava em uma rodada de chimarrão, e entre as conversas surgiram as lendas que fascinam a mente do nosso povo brasileiro. Durante essa célebre conversa alguém relatou um caso (estória) que chegou à descoberta dessa lenda, uma relíquia contada através de um índio descendente da tribo guarani. Tudo ocorreu num desses acampamentos tradicionais da semana Farroupilha em Porto Alegre.
Ele guardava esse segredo
familiar a mais de quatrocentos anos, envolvendo a culinária rio-grandense e o
churrasco. A lenda do espeto defumado. Essa lenda é antiquíssima e desconhecida
de todos os gaúchos, mas revelada recentemente.
O mistério e revelação da lenda do espeto defumado.
A foto mostra o tradicional espeto gaúcho dos dias atuais.
Assim reza a lenda quando alguém
faz aquele churrasco em casa ou entre os amigos, não se deve levar todos os
espetos cheios de carne ao fogo para serem assados. A lenda recomenda separar
um dos espetos de maneira disfarçada, para ser defumado, após a saída dos
convidados. Essa carne defumada somente, deve ser consumida aos poucos durante
a semana; entre a família para atrair um novo churrasco. É como uma espécie de
amuleto. O dono da casa precisa separar o espeto perto da churrasqueira, mas disfarçadamente.
Guardar fugazmente que ninguém a noite para ser defumado, depois na
churrasqueira. Sempre na esperança de sobrar dinheiro para comprar um novo
churrasco. Segundo o remanescente indígena, se fizer este ritual nunca faltará
churrasco no fim de semana, e nas demais ocasiões especiais durante o ano
inteiro.
Em razão disso, que após saborear
o suculento churrasco, sempre se deve deixar aquele espeto como talismã para
proceder a defumação. Ele servirá como espécie de recurso misterioso, para uma próxima
churrascada. Este mistério desta fábula permaneceu em sigilo durante mais de
quatro séculos.
Somente agora foi revelada
através do uso da “internet” nas tribos indígenas, no entanto, se é verdade ou
não ninguém sabe, somente estou expondo o que ouvi e nem lembro mais o nome do
contador de causos. Essa lenda do espeto defumado, remota aos tempos da
catequização, jesuíta aos índios Guaranis no Rio Grande do Sul.
O chefe dos padres jesuítas
sempre deixava um espeto sem levar ao fogo a cada churrasco que faziam entre os
índios. Essa lenda surgiu lá por volta do ano de 1549. Foi nesse período que os
padres jesuítas colocaram os pés no chão gaúcho.
A curiosidade o índio fez descobrir o segredo, da
lenda do espeto defumado.
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Ruínas de São Miguel das Missões no Rio Grande do Sul. |
Havia um índio curioso e sempre ficava observando esta atitude do chefe dos padres jesuítas, mas nunca tinha coragem de perguntar o porquê de não levar todos os espetos ao fogo. Os índios assadores sempre recebiam a recomendação, para que deixasse um espeto sem assar a carne. Geralmente escolhessem de preferência aqueles pedaços grandes de carnes, cruas e de fumassem depois na churrasqueira de chão. Os padres recolhiam para suas casas e os índios nunca sabiam por que e nem o que faziam com o misterioso espeto de carne já desfiada.
Naquela época não havia
churrasqueiras modernas. Geralmente tudo era organizado num buraco e enchiam de
lenha e se fazia o fogo de chão para preparar o churrasco. Era comum entre os
índios assarem a carne no fogo de chão. Era normal naquela época os espetos
eram de varas ou de lascas de taquaras. Contudo, já havia alguns espetos
especiais e rústicos, mas fabricados de ferro. Esses eram os recomendados a
serem guardados sobre a churrasqueira ou no fogo de chão.
Este índio curioso permaneceu na
espreita naquela atitude suspeita do chefe dos jesuítas. Então começou a
escutar e prestar mais atenção nas conversas entre os padres após cada
churrascada.
Em seguida começou se aproximar,
mas era muito tímido, porém, ele foi fazendo amizade, mas tão-somente,
balbuciava algumas palavras e frases até ficar bem amigo dos padres. Depois de
algum tempo já não tinha tanto medo, porém, pouco perguntava só se contentava
em ouvir, e de tanto escutar este índio aprendeu muitos ensinamentos e
descobriu muitos mistérios. A principal descoberta foi a lenda do espeto de
carne defumada, cheia de mistério e de aprendizagem.
Num belo dia de sol de primavera,
debaixo de uma gigante figueira (árvores típicas do sul do Brasil), os padres
reuniram todos os índios guaranis para fazer uma grande celebração. Logo em
seguida viria uma grande churrascada, para todas as reduções das missões. Após
esta grande comilança a maioria foi sestear (no dialeto gaúcho=dormir após o
almoço) em suas ocas.
Entretanto, o índio curioso como
sempre permaneceu entre os padres e conversa vai e vem regada a um amargo
chimarrão para ajudar na digestão.
O índio curioso que pouco falava,
criou coragem e dirigiu-se ao padre chefe e disse: posso perguntar algumas
curiosidades! O chefe respondeu: pergunte meu filho! Seu padre o senhor pode me
explicar qual é o mistério de não poder levar todos os espetos ao fogo?
Necessário deixar um, para não ser assado, mas fundamental para a defumação?
Porque é importante, aquele é especial porque contém os melhores cortes de
carnes? Observei a repetição durante todas as vezes que se faz churrasco?
O padre observou o semblante do
índio repleto de curiosidades e falou em serena voz! Ele disse: posso responder
sim meu filho! Todavia, antes me responda primeiro, simplesmente uma só
pergunta, já faltou churrasco alguma vez aqui na redução?
O índio assustado, voz embargada,
respondeu não, não, não! Nuca seu padre, cada vez aumenta mais a quantidade de
carne assada para todos os povos da nossa aldeia e de todas as outras. É sempre
uma grande fartura de animais para churrasquear sempre quando sentimos vontade
de comer uma boa carne assada ou festejar nossas lembranças.
A explicação da lenda do espeto defumado.
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A foto mostra a tradicional cuia gaúcha e o chimarrão. |
Pois, é filho, está aí a explicação do porquê de nunca se poder levar ao fogo todos os espetos, um sempre tem deve permanecer sem assar a carne, mas conduzir para a defumação, agora, já brando até no ponto de comer. Sempre repetir isso para esperar o novo churrasco. Se assar todos nunca mais poderemos sentir o sabor da carne, esqueceremos e perderemos a vontade de fazer churrasco, não haverá mais animais e nem assado especial para todos comer e saciar nossa fome e manter a nossa tradição e as nossas lembranças.
O espeto a ser defumado carrega a lembrança dos animais que foram sacrificados para matar a fome e cultivar a tradição. O espeto defumado tem a missão de atrair os outros animais como os bovinos, os suínos, os caprinos, os ovinos e as aves para que cresçam sadios, e fiquem perto de nós e nunca fujam para longe nestes abençoados e verdes pampas. No entanto, assim, deixariam todos apenas na vontade de comer uma porção de carne assada na lenha.
O espeto defumado tem este poder
misterioso de multiplicar, atrair e prender os animais vivos, perto de nós
filhos. Eles são caças fáceis, para alimentar a todos os viventes carnívoros
deste torrão gaúcho. Sempre durante o fim de semana, e em ocasiões especiais
como nas grandes festas, poderemos celebrar os nossos rituais e selar as
amizades.
A partir de então, se inicia a transmissão da lenda às próximas gerações.
Agora vai em paz e repassa este ensinamento para seu povo em absoluto segredo. Imediatamente saiu em disparada da redução até a sua aldeia. O índio procurou urgentemente encontrar o seu povo, todo cheio de segredo e ansioso.
Nesta altura dos acontecimentos
ele já havia sido nomeado com o título de cacique da sua honrada tribo guarani.
O cacique havia voltado do churrasco muito pensativo! Chamou seus principais
líderes auxiliares para ajudar a convocar uma assembleia extraordinária.
Nessa assembleia contou o
significado misterioso do espeto defumado. Todavia, pediu expressamente sigilo
absoluto e que contasse somente para seu povo e não para os homens brancos.
Esta lenda vem sendo ensinada de geração para geração entre os indígenas
guaranis; os remanescentes das missões, jesuítas.
O primeiro vazamento da lenda ocorreu na
“internet”
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A foto mostra o e-mail a forma de comunicação da era digital. |
Depois de muitos anos e com o uso da “internet” e principalmente através da espionagem americana, bisbilhotando os correios eletrônicos (e-mail) da humanidade, os índios também foram vítimas dessa violação maldosa. Um cacique contemporâneo, moderno da tribo guarani fazendo uso dos dispositivos móveis da era digital, sendo este desavisado e fissurado nas redes sociais, interagindo com todos outros caciques do mundo, através das ferramentas dessa era da tecnologia da informação; foi fisgado pela espionagem americana sem saber.
Certo dia, como todos os mortais, caiu na tentação de enviar correios eletrônicos para um amigo de outra tribo, passando os últimos acontecimentos da aldeia. No entanto, e num instante, alguém, que mandava um correio eletrônico sigiloso, que continha esta lenda do espeto defumado, para outro cacique de uma tribo do (amazonas), os espiões americanos, interceptaram esta antiga mitologia e vieram a público.
Agora todos os gaúchos começaram
a tomar conhecimento desta antiga e desconhecida lenda. Ela atualmente vem
sendo compartilhada em alta velocidade na internet em todo o Rio Grande do Sul
e no mundo.
A crise econômica faz os gaúchos usarem o poder dessa lenda de forma errada.
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A foto mostra uma típica churrasqueira gaúcha, sem uso. |
Exatamente agora, durante essa crise econômica do país, o churrasco é algo supérfluo. O preço da carne está alto, fora da realidade e do poder aquisitivo dos consumidores. Muitos gaúchos têm as churrasqueiras modernas em suas casas, como mero objeto de decoração. Para acendê-las e assar um bom churrasco, está sendo muito difícil só indo nas casas dos parentes ou amigos para fazer um assado carne (cada visitante leva um quilo de carne para se juntar e organizar aquele grande assado gostoso), raramente em épocas de aniversário.
Diante dessa crise econômica, a
maioria dos gaúchos não consegue deixar nem ser quer um espeto cheio de ossos
com algumas lascas de carnes para ser defumado; não sobra nada.
A maioria quando faz seu assado é
um milagre. Estão torcendo para comprar uma carne, mais do que no domingo de Grenal (jogo do Grêmio x Internacional). Contudo, quando chegar o fim do mês;
para sobrarem alguns, pilas (moedas) e poder comprar uns quilos de carnes para
fazer um pequeno churrasco, nem que faça sujar ao menos dois ou mais espetos.
Em época de inflação e carne onerosa está valendo até o mistério do espeto
defumado.
Todavia, estão fazendo tudo
errado, em vez de guardarem um espeto com carne para defumar. Todos fazem esse
ritual com sebo, aí não veem nada de churrasco. Todavia, eles sabem causar uma
certa inveja aos vizinhos. A fumaça que sai da chaminé da churrasqueira, é
saborosa e provoca salivas aos vizinhos.
O vizinho ao lado diz: esse
cumpre com a tradição gaúcha de sermos carnívoros. Observem todos os fins de
semana ele faz seu churrasco, olhe só a fumaça, mas na realidade se chega de
surpresa na hora do almoço na casa do comedor de carne. Faz passar vexame
porque está degustando um belo ovo frito!
Super interessante .
ResponderExcluirNão conhecia .Mais um aprendizado e muito curioso
Abraço
marina-sieschi.blogspot.com
É simplesmente uma lenda não conhecida entre a população. Eu mesmo nunca li essa estória em livros das lendas e contos dos gaúchos. Até permaneci na dúvida se realmente é verdadeira ou não. Até penso que são os legítimos causos (estórias) que surgem durante as alegres e descontraídas conversas nas rodadas de chinarão. Avaliei interessante relatar no blog.
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