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Reunir para relembrar e confraternizar.

Reencontro Memorável entre Amigos da Faculdade Um encontro memorável entre amigos da época acadêmica   A beleza da Serra Gaúcha em um dia de outono, cenário inspirador para o reencontro de amigos que vieram desta região. A vida é tecida por momentos únicos que guardamos no coração como preciosidades. Dentre eles, estão os reencontros com aqueles que caminharam ao nosso lado em etapas marcantes de nossa jornada, como os amigos dos tempos universitários. Esses encontros transcendem o tempo e a distância, renovando laços e reafirmando a importância de celebrar histórias compartilhadas. Foi exatamente isso que aconteceu no inesquecível encontro do dia 21 de abril de 2015, um evento que fortaleceu amizades e trouxe à tona memórias que jamais se apagarão. O reencontro: memórias e novas conexões  No restaurante “Paraíso da Gula”, em Novo Hamburgo-RS, amigos e familiares ...

Uma Crônica sobre os Desafios da Gestão e as Consequências da Folia Carnavalesca

Uma Crônica sobre os Desafios da Gestão

O Rei Momo e a Verdade sobre o Carnaval no Brasil: Impactos e Responsabilidades

A foto criada por IA mostra o rei momo, o rei  da folia risonho e debochado.
A foto criada por IA mostra o rei Momo, o rei da folia, risonho e debochado.


O carnaval de 2013… Ah, 2013! No calendário, um ano como outro qualquer. Mas, nas ruas, uma ebulição estranha, um prenúncio de tempos turvos. O Rei Momo, com sua corte de foliões frenéticos, aportou na cidade, como um tsunami de confetes e serpentinas. Entregou-se à orgia dionisíaca de comes e bebes, sem se importar com a conta, que, como de costume, sobraria para os súditos. Afinal, a máxima do carnaval parece ser: “Alegria, alegria, desde que a conta não seja minha”.

Naquele ano, porém, a alegria parecia forçada, um disfarce para tensões que borbulhavam sob a superfície. Nos blocos de rua, entre um gole e outro de cerveja, sussurros sobre a crise política, sobre a violência crescente, sobre a desigualdade que teimava em ser a alma do Brasil. O Rei Momo, com seu sorriso de plástico, não parecia notar a mudança no ar. Ou talvez notasse, mas preferiu ignorar, afogado em caipirinhas e ladeado por belas mulatas.

A audiência pública, momento crucial de prestação de contas, transformou-se em um palco de debates acalorados. A sala, exígua para a multidão ávida por respostas, ecoava a cada palavra do relatório do Rei Momo. Murmúrios, ora de aprovação, ora de ceticismo, percorriam a assistência. Uma cidadã, inflamada por indignação, ergueu a voz para questionar a lisura do reinado, ecoando a desconfiança de muitos. Líderes comunitários engrossaram o coro de críticas, e a sala converteu-se em um caldeirão de opiniões divergentes, expondo as feridas de uma sociedade que buscava, em meio à festa, um espaço para expressar suas insatisfações.

Enquanto a música e a dança embalavam a folia, a violência se insinuava nas sombras da multidão. Brigas e furtos, como parasitas oportunistas, aproveitam-se da aglomeração e da euforia coletiva. A superlotação, a exemplo de um barril de pólvora, potencializava os conflitos, e o consumo descontrolado de álcool, como um combustível inflamável, alimentava a escalada da violência. Os policiais, exaustos e impotentes, relataram a dificuldade de manter a ordem em meio ao caos. Para os foliões, a ameaça era uma sombra constante, e o medo, como um vírus insidioso, contaminava a alegria da festa.

O carnaval de 2013, com suas cores vibrantes e seus sons estridentes, era um espelho da alma brasileira: uma mistura de alegria e tristeza, de esperança e desencanto, de fé e descrença. O Rei Momo, ao final de seu reinado, confrontou-se com o peso de seu título e a responsabilidade de transformar a festa em um ambiente seguro e acolhedor para todos. A constatação de que o modelo vigente, com seus vícios e omissões, não atendia às necessidades da população, impôs a necessidade de uma reflexão profunda. A mudança, como um imperativo moral, passava pela conscientização dos foliões, pela cobrança de ações efetivas dos governantes e pela criação de mecanismos de controle e fiscalização.

Dez anos se passaram. O que era prenúncio em 2013 se concretizou: as manifestações de junho, o golpe de 2016, a ascensão da extrema-direita. O Brasil mudou, mas alguns problemas persistem: a violência, a desigualdade, a polarização política. O carnaval, como um termômetro da sociedade, continua a nos mostrar que a alegria autêntica só é possível em um país mais justo e igualitário.

A reflexão final do narrador, como um farol a guiar os passos da sociedade, ilumina a importância de um carnaval repensado, onde a alegria não seja maculada pela violência e pela insegurança. A festa, para cumprir seu papel de celebração da vida e da cultura, precisa ser reinventada. Que o Rei Momo, despojado de sua coroa de ilusões, assuma o compromisso de liderar essa transformação. Que o carnaval de 2025 seja um prenúncio de tempos melhores para o Brasil.

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Notas de rodapé


 * Carnaval de 2013: Período de tensões sociais e políticas no Brasil, prenúncio de eventos como as manifestações de junho de 2013 e o golpe de 2016. Este texto, revisitado 10 anos depois, foi originalmente publicado em [https://www.analiseagora.com/2013/02/o-rei-momo-voltou.html].


 * Rei Momo: Figura central do Carnaval, simboliza a alegria e a licença suspension da ordem social. Na crônica, representa tanto a euforia da festa quanto a superficialidade com que as questões sociais são tratadas.

 * Sátira: Recurso literário que utiliza o humor para criticar costumes e instituições. Na crônica, é empregada para denunciar a irresponsabilidade dos governantes, a violência no Carnaval e a alienação da sociedade.

 * Manifestações golpistas de 

junho de 2013: Protestos populares motivados por diversas questões sociais e políticas, marcando um período de grande agitação no Brasil.

 * Golpe de 2016: Refere-se ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, evento que gerou controvérsia e polarização no país.

 * Ascensão da extrema-direita: Refere-se ao contexto político pós-2016, com a eleição de líderes e partidos com plataformas conservadoras e negacionistas.

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